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Discopatia Degenerativa: Causas, sintomas e tratamentos

A discopatia degenerativa, também conhecida como Doença Degenerativa Discal, é uma condição comum que ocorre devido ao desgaste dos discos intervertebrais da coluna vertebral. Geralmente afeta pessoas com mais de 40 anos e está associada ao processo natural de envelhecimento.

Entretanto, essa condição não deve ser vista apenas como uma consequência inevitável do passar dos anos. Afinal, diversos fatores podem contribuir tanto para o seu desenvolvimento quanto para sua prevenção. Além disso, pode acometer qualquer segmento da coluna, embora seja mais frequente na região lombar, seguida pela coluna cervical.

Neste artigo, abordaremos detalhadamente o que é a discopatia degenerativa, suas principais causas, sintomas característicos, como o diagnóstico é realizado e,quais são as opções de tratamento disponíveis.

Saiba como tratá-la e preveni-la!

Deve-se frisar, principalmente, que nem todas as pessoas com desidratação discal têm de fato uma doença ou desenvolverão sintomas.

Anatomia da coluna vertebral
Figura 1: Anatomia da coluna vertebral.

O que é a Discopatia Degenerativa?

A coluna vertebral é composta por vértebras sobrepostas que têm a função de proteger a medula e dar sustentação ao tronco. Entre essas vértebras, encontram-se discos intervertebrais que atuam como amortecedores, conferindo flexibilidade e resistência aos movimentos do corpo.

No entanto, a discopatia degenerativa surge quando ocorre o desgaste progressivo desses discos intervertebrais, fazendo com que percam elasticidade, hidratação e sua capacidade de absorver impactos. Consequentemente, esse processo pode provocar dor, inflamação e rigidez, além de aumentar a probabilidade de surgimento de complicações, como hérnia de disco, artrose da coluna e compressão nervosa.

Discopatia degenerativa ou doença degenerativa discal | Dr. Ricardo Teixeira
Figura 2: Discopatia degenerativa ou doença degenerativa discal

De fato, o desgaste dos discos acontece devido a alterações estruturais e bioquímicas, incluindo a desidratação e a redução dos proteoglicanos no núcleo pulposo (parte interna do disco), assim como o enfraquecimento progressivo do anel fibroso (parte externa). Dessa maneira, a capacidade do disco em absorver impactos fica significativamente reduzida.

Discopatia degenerativa ou doença degenerativa discal | Dr. Ricardo Teixeira
Figura 3: A imagem acima mostra, de forma clara, as principais diferenças entre um disco intervertebral saudável e outro desgastado. Assim, é possível compreender melhor as alterações associadas à discopatia degenerativa.

A desidratação discal significa que tenho discopatia degenerativa?

Não, a desidratação discal isoladamente não significa necessariamente que você tenha discopatia degenerativa.

Na verdade, a perda de água nos discos intervertebrais é um processo natural do envelhecimento. Dessa forma, pode ocorrer gradualmente com o passar dos anos, sem obrigatoriamente causar dor ou problemas estruturais. Contudo, a diferença entre a simples desidratação fisiológica e a discopatia degenerativa está na presença de sintomas específicos, como dor crônica, inflamação e comprometimento da estabilidade da coluna.

A discopatia degenerativa (ou doença degenerativa discal) ocorre quando essa degeneração leva a alterações estruturais importantes, tais como redução do espaço entre as vértebras, formação de osteófitos (conhecidos popularmente como “bicos de papagaio”), neoangiogênese (formação de novos vasos sanguíneos), inervação aberrante e até compressão nervosa. Consequentemente, esses problemas estruturais podem impactar diretamente a qualidade de vida do paciente.

Por outro lado, se não houver dor ou limitações funcionais associadas, a desidratação discal pode representar apenas uma mudança natural, sem relevância clínica significativa.

De fato, estudos apontam que grande parte da população apresenta desidratação discal sem sentir nenhum sintoma. Para exemplificar, dados científicos indicam que cerca de 40% a 60% das pessoas com mais de 40 anos possuem discos intervertebrais desidratados sem manifestar dor ou desconforto. Esses números demonstram claramente que essa condição faz parte do envelhecimento natural da coluna e, portanto, não necessariamente indica a existência de uma doença degenerativa.

Quais as principais causas da discopatia degenerativa?

Embora a desidratação discal seja, de fato, um processo natural do envelhecimento e nem sempre cause dores ou sintomas, existem alguns fatores que podem contribuir diretamente para o surgimento da discopatia degenerativa. Dessa forma, entre as principais causas estão:

  • Envelhecimento: Com o passar dos anos, os discos perdem água e elasticidade, tornando-se menos resistentes ao impacto e à pressão. Portanto, quanto maior a idade, maior a chance de comprometimento do disco intervertebral.
  • Má postura: Hábitos posturais inadequados ao sentar, levantar peso ou dormir podem aumentar a sobrecarga na coluna. Ergonomia desfavorável.
  • Sedentarismo: A falta de atividade física enfraquece a musculatura de suporte da coluna, favorecendo a sobrecarga e o desgaste dos discos.
  • Esforços repetitivos: Movimentos repetitivos e levantamento excessivo de peso podem acelerar a degeneração discal.
  • Predisposição genética: Algumas pessoas possuem maior propensão hereditária ao desgaste precoce dos discos.
  • Tabagismo: O cigarro reduz a circulação sanguínea nos discos intervertebrais; logo, dificulta sua nutrição e compromete o processo de regeneração.
  • Obesidade: O excesso de peso sobrecarrega a coluna, aumentando o risco de degeneração discal.

Em uma minoria dos pacientes, a discopatia degenerativa pode ser consequência de uma infecção no disco intervertebral. Esse processo, aliás, é conhecido como espondilodiscite.

Quais os sintomas da discopatia degenerativa?

Nem todas as pessoas com discopatia degenerativa apresentam sintomas. No entanto, quando presentes, os sinais mais comuns incluem:

  • Dor Lombar / Dor na coluna: Pode ser localizada ou irradiar para membros superiores e inferiores, dependendo da região afetada.
  • Dor com mobilização da coluna ou com impacto: Reflete a incapacidade de amortecimento de impacto do disco desgastado
  • Rigidez e Limitação de Movimento: Principalmente após longos períodos de repouso ou ao acordar.
  • Sensação de Formigamento ou Dormência: Indica que a degeneração pode estar comprimindo nervos próximos.

Quão rápido a discopatia degenerativa progride?

A progressão da discopatia degenerativa geralmente ocorre de forma lenta. Contudo, é importante destacar que a velocidade dessa evolução pode variar bastante entre os indivíduos, sendo acelerada, sobretudo, em pessoas que apresentam múltiplos fatores de risco.

Em linhas gerais, o mais comum é que a pessoa desenvolva de forma gradativa dores na região da coluna que vão se intensificando ao longo dos anos.

Diagnóstico da doença degenerativa discal

Para diagnosticar com precisão a discopatia degenerativa, é essencial realizar uma avaliação clínica detalhada com um especialista em coluna, além de exames de imagem avançados. Nesse sentido, a ressonância magnética da coluna vertebral é o principal exame utilizado.

Ademais, o médico pode usar a Classificação de Pfirrmann, uma ferramenta importante para estadiar e acompanhar a degeneração dos discos intervertebrais, levando em consideração alterações estruturais e sua composição.

Outro recurso frequentemente utilizado é o sistema de Classificação Modic, que identifica padrões específicos de inflamação e alterações vasculares nas placas terminais vertebrais, ou seja, as áreas das vértebras em contato direto com os discos. Essas alterações, aliás, costumam estar diretamente relacionadas à discopatia degenerativa e à dor lombar crônica.

Tratamento da discopatia degenerativa

O tratamento da discopatia degenerativa pode variar desde medidas clínicas até intervenções cirúrgicas, dependendo da gravidade do quadro e dos sintomas apresentados. Como regra geral, inicia-se o tratamento com abordagens conservadoras, deixando as intervenções cirúrgicas reservadas para casos mais avançados ou refratários.

Tratamentos Conservadores

A maioria dos pacientes responde bem às abordagens não cirúrgicas:

  • Fisioterapia: Foca no fortalecimento muscular e na melhora da postura.
  • Acupuntura: alivia dores e tensões
  • Medicamentos: Para alívio dos sintomas utiliza-se analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares, que são medicações para o tratamento de dor crônica.
  • Infiltrações: Com o objetivo de reduzir a dor e a inflamação, medicamentos são aplicados diretamente na coluna.
  • Mudanças no Estilo de Vida: Perda de peso, abandono do tabagismo, alongamentos, melhora da ergonomia e prática regular de exercícios são fundamentais.

Tratamentos Intervencionistas

Quando o tratamento clínico não proporciona melhora suficiente, ou caso os sintomas sejam limitantes, procedimentos cirúrgicos podem ser considerados. Felizmente, atualmente dispomos de diversas opções minimamente invasivas para tratar a discopatia degenerativa, também conhecida como doença degenerativa discal. Dessa forma, é possível reduzir significativamente o desconforto do paciente, além de garantir uma recuperação mais rápida e menos dolorosa.

  • Discectomia: Remoção parcial do disco comprometido com cauterização da área de inflamação e de inervação aberrante. Pode ser realizada por vídeo.
  • Artrodese (Fusão Vertebral): Quando o desgaste do disco é muito avançado e grave, a melhor conduta é substituí-lo por um dispositivo chamado
  • Prótese de Disco: Nesse procedimento, substitui-se o disco desgastado por uma prótese artificial, que mantém a mobilidade natural daquele segmento da coluna. Essa cirurgia é indicada especialmente para pacientes mais jovens que apresentam pouco desgaste discal e que não possuem artrose nas articulações da coluna.
Tratamento da discopatia degenerativa ou doença degenerativa discal
Figura 4: Diversas opções minimamente invasivas estão disponíveis atualmente para o tratamento da discopatia degenerativa, também conhecida como doença degenerativa discal.

Consideração Final

Embora a discopatia degenerativa seja uma condição crônica, é perfeitamente possível controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida com os cuidados adequados. Para isso, é fundamental combinar tratamentos conservadores, realizar mudanças no estilo de vida e manter acompanhamento médico regular. Contudo, em casos refratários, a cirurgia pode ser indicada, apresentando resultados bastante eficazes.

O tratamento ideal deve ser individualizado e definido após uma avaliação médica criteriosa.
Portanto, consulte um especialista em coluna.

Fonte:
Harvard Medical School (https://hms.harvard.edu)
Sociedade Brasileira de Coluna (https://portalsbc.org)
Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) (https://www.sbot.org.br)
U.S. Food & Drug Administration (FDA) (https://www.fda.gov)

FAQ

1. É grave discopatia degenerativa?

Não, na maioria dos casos de discopatia degenerativa, o tratamento clínico apresenta bons resultados. Em casos com dores persistentes, pode ser realizada a cirurgia com ótimos resultados.

2. O que fazer quando se tem discopatia degenerativa?

O tratamento inicial é clínico: fisioterapia, fortalecimento da coluna, perda de peso, alongamento, melhora postural e otimização da ergonomia. Além disso, parar de fumar, evitar esforços excessivos e fazer uso de medicações, como anti-inflamatórios e relaxantes musculares, são medidas importantes nesse processo. Se não houver melhorar, algum procedimento deve ser ponderado.

3. Qual a diferença de hérnia de disco para discopatia degenerativa?

A discopatia degenerativa ocorre quando há um desgaste progressivo e completo do disco. Por outro lado, a hérnia de disco acontece quando há uma ruptura ou lesão no envoltório externo do disco intervertebral (anel fibroso). Consequentemente, seu conteúdo interno (núcleo pulposo) extravasa, comprimindo a medula espinhal ou os nervos da coluna.

4. Quem tem discopatia degenerativa pode ficar sem andar?

Apenas em casos extremamente raros e avançados a discopatia degenerativa pode comprometer a capacidade de andar. Entretanto, é importante destacar que, na maioria das vezes, se não tratada adequadamente, a condição resulta principalmente em dor persistente e progressiva na coluna, sem necessariamente levar à perda da capacidade de locomoção.

5. Beber água melhora a discopatia degenerativa ou desidratação discal?

Não. Embora seja fundamental manter uma boa hidratação geral, aumentar a ingestão de água não melhora diretamente a hidratação discal. Na verdade, para preservar ou melhorar a hidratação dos discos intervertebrais e prevenir a desidratação discal, é importante adotar hábitos específicos. Por exemplo, manter uma postura equilibrada, cessar o tabagismo e seguir uma dieta saudável são medidas comprovadamente eficazes nesse sentido.

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