A discopatia degenerativa, também conhecida como Doença Degenerativa Discal, é uma condição comum que ocorre…
Espondilodiscite – Infecção da Coluna Vertebral
O que é a espondilodiscite?
A espondilodiscite se refere à infecção das vértebras e dos discos intervertebrais por bactérias (espondilodiscite piogênica) ou pela tuberculose (Mal de Pott). Neste sentido, as infecções bacterianas da coluna vertebral são na maioria das vezes causadas pelo Staphylococcus aureus.
A principal via de contágio da espondilodiscite é a hematogênica (sanguínea). Isto quer dizer que após uma infecção em outra região, a bactéria atinge a corrente sanguínea e acaba se instalando na coluna vertebral. Certamente as infecções de pele e de urina são as que mais disseminam bactérias para a coluna.

Quais os principais fatores associados à espondilodiscite?
A espondilodiscite pode ocorrer em qualquer indivíduo, porém os principais fatores de risco são:
- Idade (crianças abaixo de 10 anos e idosos acima de 65 anos)
- Imunodepressão (baixa imunidade por medicamentos ou por outras doenças como câncer)
- Infecções ativas, principalmente de pele e do trato urinário
- Hemodiálise
- Diabetes mellitus
- Uso de drogas endovenosas
- Etilismo
- Acessos venosos de repetição para colher sangue ou infusão de medicações
Quais os principais sintomas?
A manifestação clínica da espondilodiscite é variada já que podemos ter desde casos leves com cura espontânea até condições graves com risco de vida. Felizmente, na maioria das vezes os sintomas são leves, porém o atraso do diagnóstico pode trazer sérias complicações.
O habitual é que o paciente desenvolva alguns dos sintomas a seguir de forma lenta e gradual:
- Febre
- Dor na região da coluna
- Astenia (fraqueza e cansaço)
- Dor irradiada para as pernas ou para os braços
Como é realizado o diagnóstico?
A principal forma de diagnóstico é pela consulta médica e exame físico detalhados pois outras condições podem apresentar sintomas semelhantes. Caso haja suspeita, o principal exame diagnóstico é a ressonância magnética da coluna. Além disso, os exames de sangue comprovam a presença de quadro infeccioso/inflamatório.
Para a identificação do micro-organismo que está causando a infecção (exame de cultura), pode-se realizar uma punção guiada por tomografia da coluna ou colher diretamente o material infectado por meio de cirurgia. Desse modo, em casos leves indicamos a punção guiada por tomografia e em casos graves optamos por cirurgia.

Qual o tratamento da espondilodiscite?
O tratamento varia de acordo com a gravidade do caso, agressividade da bactéria e extensão da doença. Em virtude da maioria dos casos serem leves ou moderados, a principal forma de tratamento é por meio da antibioticoterapia. Portanto, de maneira geral, os antibióticos são administrados de forma endovenosa por 4-6 semanas e após este período se completa o tratamento com antibióticos orais por mais 4-6 semanas.
É importante mencionar que a escolha do antibiótico, quanto tempo e qual a via de administração são definidos por um exame chamado “cultura” que identifica qual bactéria é a causadora da infecção e qual antibiótico é eficaz contra ela.
Os casos graves são melhor tratados de forma cirúrgica, sendo as principais indicações:
- Lesões de estruturas neurológicas (nervos ou medula)
- Comprometimento da estabilidade da coluna
- Disseminação da infecção para o restante do organismo (sepse)
- Falha do tratamento clínico com antibiótico
Quais as complicações da espondilodiscite?
O atraso no diagnóstico e o tratamento inadequado podem trazer complicações graves. As principais são:
- Deformidade da coluna
- Déficits neurológicos (perda de sensibilidade e motricidade)
- Dor crônica
- Perpetuação da infecção (osteomielite)
- Evolução da infecção com falência de órgãos, sepse e até morte

O tratamento ideal deve ser individualizado e definido após uma avaliação médica criteriosa.
Consulte um especialista em coluna.
Fonte:
Sociedade Brasileira de Infectologia (https://infectologia.org.br)
Sociedade Brasileira de Coluna (http://portalsbc.org)
AO SPINE (aospine.aofoundation.org)
Dr quem tevê espondilodicite pode ter de novo? Tres anos de dores , pós espondilodicite, seria sequela?
Olá, Elizabete.
Sim, a espondilodiscite pode se reativar.
Outra questão bastante comum é que as alterações geradas pela infecção de coluna podem ter comprometido a estabilidade da coluna o que gera dor.
Nestes casos, é bom fazer nova ressonancia para resolver essa dúvida.
Att
Boa noite Dr Ricardo, fiz uma ressonância da lombar que acusou espondilodiscite, estive internada fazendo medicação endovenosa, fiz por 5 dias de 4 em 4 horas , fui liberada para vir para casa estou no 9 dia do oral levofloxasino 750 1 comprimido por dia , e minhas dores voltaram como no começo, não consigo nem me virar na cama , estou com medo , vou repetir a ressonância, mas pelas dores acho q não está combatendo, como devo proceder?
Neste caso, é importante uma avaliação multidisciplinar com o especialista em coluna, infectologista e fisioterapeuta.
Prezado Dr. Ricardo Teixeira. Gostaria de parabenizá-lo pelos artigos que o senhor tem disponibilizado em sua página pessoal. As informações apresentadas são de extrema relevância, detalhadas com precisão e, ao mesmo tempo, transmitidas com uma clareza e facilidade de entendimento notáveis. Seu compromisso a disseminação de conhecimento é admirável, e certamente tem feito a diferença para muitos pacientes que buscam por informações confiáveis e de qualidade. Agradeço por compartilhar seu conhecimento e por contribuir de forma tão significativa para a área médica.
Obrigado, Lucas, seu elogio é muito importante para nossa equipe.
Boa tarde, minha mãe tem 74 anos e está internada há 20 dias, segundo os neurocirurgiões que estão cuidando dela, ela está com osteoporose e uma infecção por bactéria na coluna. Me disseram que o quadro é grave por ela ter LES. Ela começou ontem o tratamento com antibióticos endovenoso. Ela está com confusão mental, e os médicos falam que é por causa da les, mas ela já teve isso e era uma infecção de urina. Gostaria de saber se há uma ligação entre a LES a osteoporose e essa infecção na coluna.
Muitas vezes o Lupus demanda uso de corticoide que pode gerar osteoporose, como efeito adverso.
O uso de corticoide e a própria doença crônica do LES podem gerar queda de imunidade, menos pelos
Infelizmente Dr Ricardo, minha mãezinha veio a óbito no último dia 07/08/24. Além da infecção na coluna, ela teve um problema no pulmão que não recordo o nome mas que enche de água no mesmo e uma parada cardíaca e não resistiu. Minha mãe estava sofrendo demais, estava toda inchada, sem apetite, glicemia baixando a 30-29, fazendo uso de glicose várias vezes ao dia, estava apresentando quadro de delírio, a diurese estava baixíssima. Eu via nos olhos dela que ela não iria aguentar muito tempo. Já estava apresentando uma escara nas costas, estava com acesso central, pois já não tinha veias viáveis para administrar os medicamentos e por último sonda nasogástrica. Se o ortopodista que a atendeu logo no começo dos sintomas tivesse pedido uma ressonância de urgencia, teríamos conseguido tratar a tempo. Porém ele deu diagnóstico de ernia de disco e ciático inflamado e ficamos tratando com injeções por 5 semanas, e o quadro foi só se agravando. Hoje estou sem a pessoa mais importante da minha vida, por conta de um médico que não pediu os exames necessários antes de dar um diagnóstico errado. Meu mundo literalmente desabou.
Doutor tenho um amigo de 74 anos diabético hipertenso e safenado e em abril do corrente foi diagnosticado com espondiliodiciste devido a faqueza nas pernas ñ está andando
Qual o tempo limite de internação?
Não há tempo limite de internação. A internação é pelo tempo necessário.
Muitos pacientes vão para casa tomando antibiótico por alguns meses.
Amei as informações estou me tratando dessa doença, não sabia o que era nome esquisito fiquei internada um mês para tratamento já estou em casa agora sinto muitas dores nas articulações como devo proceder o que fazer ainda estou no antibióticos vai fazer dois meses. Me Oriente o que fazer doe muito meu corpo . Agradeço se me der uma ajuda. Eu agradeço pelas informações. ????
Olá, além do tratamento com antibiótico, quando for liberada deverá iniciar um processo de reabilitação com fisioterapia, melhora postural com RPG.
Perder peso, ajustar a postura, evitar esforços excessivos também ajudam na recuperação.